O tema não poderia ser outro, a pandemia do Coronavírus. Das ruas de Beirute à Madrid, de São Paulo à Berlim, passando por Nova York e Los Angeles, artistas de rua colocam a sua criatividade nos muros para representar sua dor, sua esperança ou seu manifesto.
A arte imita a vida, ou é o contrário? A pandemia não foi anunciada pela literatura, pelo cinema ou por um quadro pintado por um vidente, mas com certeza muitas das preocupações que previam este momento de emergência mundial, refletindo sobre as consequências do atual modelo econômico, das contínuas agressões ao meio ambiente, mas alguns escritores, artistas e cineastas imaginaram ficções improváveis há poucos meses, que se tornaram realidades plausíveis. Exemplo do filme dirigido por Steven Soderbergh: Contágio (2011), atualmente um grande sucesso das plataformas de streaming, que tratava de um vírus fictício chamado MV-1, transmitido de morcegos para porcos e em seguida, para os humanos. Por coincidência o vírus vinha da China e se incubou em uma empresária (hospedeira) que viajou com a doença de Hong Kong para os Estados Unidos, onde o contágio se espalhou para milhares de pessoas, forçando-as a mudar seu modo de vida, provocando tumultos e hipóteses de conspiração. Soderbergh descrevia esse vírus como uma doença global, insinuando também que o vírus funcionava como um acontecimento nivelador ou igualador: os cidadãos anônimos sofriam, mas também estrelas de Hollywood, que apareciam em profusão no elenco. Uma de suas protagonistas foi Gwyneth Paltrow. Aquele filme que foi qualificado como ficção apocalíptica, hoje está muito perto da realidade.
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